terça-feira, 27 de setembro de 2011


A vida ensinou-me...
A dizer adeus às pessoas que amo,
Sem as tirar do coração,
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para lhes mostrar que sou diferente do que elas pensam de mim.
Fazer de conta que está tudo bem quando isso não é verdade,
Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar,
A calar-me para ouvir.
Aprender com os meus erros,
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças.
Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores ao mundo,
A ser forte quando os que amo estão com problemas,
Ser carinhoso com todos os que precisam do meu carinho,
Ouvir todos os que precisam desabafar
Amar os que me magoam ou querem fazer de mim depósito das suas frustrações e desafectos,
Perdoar incondicionalmente,
Pois já precisei desse perdão.
Amar incondicionalmente,
Pois também preciso desse amor.
A alegrar quem precisa
A pedir perdão,
A sonhar acordado,
A acordar para a realidade sempre que fosse necessário,
A aproveitar cada instante de felicidade,
A chorar de saudade sem vergonha de o demonstrar.
Ensinou-me a ter olhos para ver e ouvir estrelas, embora nem sempre consiga entendê-las
A ver o encanto do pôr-do-sol,
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, lutando sempre para preservar o que é importante para a felicidade do meu ser.
A abrir as janelas para o amor,
A não temer o futuro.
Ensinou-me e ensina-me a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi,
E a usá-lo como um diamante que eu mesmo tenho que lapidar, dando-lhe a forma que eu escolher"
É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.

É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.

É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.

É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.

É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.

É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Sorriso, diz-me aqui o dicionário, é o acto de sorrir. E sorrir é rir sem fazer ruído e executando contracção muscular da boca e dos olhos.
O sorriso, meus amigos, é muito mais do que estas pobres definições, e eu pasmo ao imaginar o autor do dicionário no acto de escrever o seu verbete, assim a frio, como se nunca tivesse sorrido na vida. Por aqui se vê até que ponto o que as pessoas fazem pode diferir do que dizem. Caio em completo devaneio e ponho-me a sonhar um dicionário que desse precisamente, exactamente, o sentido das palavras e transformasse em fio-de-prumo a rede em que, na prática de todos os dias, elas nos envolvem.
Não há dois sorrisos iguais. Temos o sorriso de troça, o sorriso superior e o seu contrário humilde, o de ternura, o de cepticismo, o amargo e o irónico, o sorriso de esperança, o de condescendência, o deslumbrado, o de embaraço, e (por que não?) o de quem morre. E há muitos mais. Mas nenhum deles é o Sorriso.
O Sorriso (este, com maiúsculas) vem sempre de longe. É a manifestação de uma sabedoria profunda, não tem nada que ver com as contracções musculares e não cabe numa definição de dicionário. Principia por um leve mover de rosto, às vezes hesitante, por um frémito interior que nasce nas mais secretas camadas do ser. Se move músculos é porque não tem outra maneira de exprimir-se. Mas não terá? Não conhecemos nós sorrisos que são rápidos clarões, como esse brilho súbito e inexplicável que soltam os peixes nas águas fundas? Quando a luz do sol passa sobre os campos ao sabor do vento e da nuvem, que foi que na terra se moveu? E contudo era um sorriso.
A vida num instante.

De um momento para o outro a nossa vida muda. Estamos em mudança constante. De um segundo para o outro perdemos pessoas importantes na nossa vida, e por vezes basta um instante para encontrar alguém por quem temos andado a procura a vida toda, e ainda mais um segundo para voltar a perder, para depois conquistar novamente. As mudanças do ciclo de vida são das mais variadas que se pode imaginar. Umas são para melhor. Outras são para pior. Mas todas eles fazem parte da vida. Umas por vezes não custam nada, mudar de estilo, mudar de pensamentos, mudar de emprego. Outras estão rodeiadas de sofrimento. Mudar de pais, mudar de amigos, mudar de amores.
Que acontece quando somos confrontados com estas mudanças e nada podemos fazer para o impedir? Sofremos naturalmente. Mas esse sofrimento fornece a energia necessário para viver. De certo modo sofrer faz com que exista uma vontade de procurar uma situação melhor. E isso implica mais uma mudança. Isto é, na realidade um ciclo vicioso, onde a única forma de o travar é a monotonia. E quem gosta disso? Ninguém. Por isso temos mais é que aceitar estas mudanças. Porque, quer se aceite, quer não, a vida é um instante muito breve onde de um momento para o outro acontece mais uma mudança que não podemos controlar. A morte. A mudança suprema, aquela em que passamos de um mundo para o outro, e não levamos nada conosco, apenas deixamos. Deixamos as recordações com que os vivos ficam de nós, e até essas recordações tem data de validade associada mais uma vez a morte.
Por isso, não devemos tentar fugir as mudanças que cruzam o nosso caminho, mas sim enfrentar cada uma delas com coragem e com a idéia que essa mudança pode ser para melhor.

"A vida são dois dias, o de ontem já passou e o de hoje está a acabar. Amanhã está no incerto. Aproveitam cada nova oportunidade."
Já chorei vendo fotos e ouvindo musica;
Já liguei só para ouvir uma voz;
Me apaixonei por um sorriso;
Já pensei que fosse morrer de saudade;
E tive medo de perder alguem especial... (e acabei perdendo)
Já pulei e gritei de tanta felicidade;
Já vivi de amor e fiz muitas juras eternas... "quebrei a cara muitas vezes!"
Já abracei para proteger;
Já dei risadas quando não podia;
Já fiz amigos eternos;
Amei e fui amado;
Mas tambem já fui rejeitado;
Fui amado e não amei...

Chega um momento em sua vida, que voce sabe:
Quem é imprescindivel para voce,
quem nunca foi,
quem não é mais,
quem será sempre!



Charles Chaplin 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


Desde que nasci, não sei a que geração pertenço
          
             Lembro-me de ouvir uma professora dizer numa aula que pertencíamos à "geração rasca". A partir dos meus 9 anos acreditei, pois, que pertencia à essa geração.
            Sorte a minha, ainda não tínhamos tido tempo para fazer nada e já este rótulo me era colado.
          Mais tarde apercebi-me que tudo aquilo tinha sido um erro da professora. A geração rasca não era a minha e, afinal de contas, eu pertencia à "geração morangos", em referência aos Morangos com Açúcar.
             Ridícula e inútil, portanto...
            Entre uma infinidade de nomes para a minha geração, surgem agora os de "geração sem remuneração" e de "geração à rasca".
       É um facto.
           Estamos "à rasca" e se há coisa que falta é dinheiro.
          Mas, caramba, será que fomos assim tão inúteis este tempo todo?
             Nós, a "geração rasca", a "geração morangos", a "geração à rasca", a "geração sem remuneração", a "geração casa dos pais", a "geração nem nem" (nem estudam nem trabalham), a geração... uf uf uf!
            Deixem-me respirar!
          Será que nós somos assim tão culpados?
        Fomos nós que deixámos o país chegar a este ponto de sem-vergonha?
            Fomos nós que deixámos o país chegar a este ponto de endividamento?
          Fomos nós que metemos estes pulhas no governo?
             Fomos nós?
           Tentemos olhar um bocadinho para trás.
               Criticam-nos porque vivemos em casa dos pais até muito mais tarde,
           criticam-nos por não sabermos como é dura a vida, criticam-nos por termos sempre tudo sem ter de lutar por isso.
              No outro dia li um texto do Miguel Sousa Tavares que achei delicioso:
           «Vi uma manifestação de pais, alunos e professores de uma escola pública, onde,  dizem eles, chove em alguns locais e faz frio porque não há aquecimento na escola».
M.S. Tavares, Expresso, 5/2/11.
              Ora, então, ao longo do texto o autor deliciava-se a dizer que era ridícula a manifestação, porque chover em alguns locais (dentro das salas de aula) e fazer frio é perfeitamente normal.
               Chega ao ponto de sugerir aos meninos que, se têm frio, comprem cobertores!                                                                                                       Tudo isto porque, segundo ele, no seu tempo (adoro o velho não-argumento do "meu tempo") ele ia para escola no meio da serra, tinha de andar a pé pelo meio de montes com um frio desgraçado e, ainda assim, está vivo e bem na vida.
              Pois então, segundo Miguel Sousa Tavares, se os pais dos pais dos pais dos pais dos pais dos pais dos pais... dos pais dos nossos pais viviam em cavernas, não tinham descoberto o fogo e andavam nus, então nós, em 2011, teríamos também de andar da mesma maneira.
             É com este tipo de crítica que tenho convivido durante os 14 anos da minha existência.
              A culpa não é da falta de condições que, no ano de 2011, é inaceitável. A culpa é da "geração" que está mal habituada.  
              A culpa não é dos professores que tivemos que, salvo raras excepções, foram péssimos, horríveis, medonhos.
              A culpa é nossa, porque não estudamos o suficiente.      
               A culpa não é das pessoas que pagam quantias elevadíssimas de dinheiro a outras pessoas para escreverem barbaridades como estas nos seus jornais.
             A culpa é nossa, porque com o nosso hábito de protestar quando algo está mal lhes damos razões para que eles falem "do seu tempo" dizendo que esse é que era bonito. 
              A culpa não é das pessoas que deixaram que o poder no nosso país esteja entregue a uma cambada de indivíduos sem carácter, sem palavra, sem ponta por onde se lhe pegue.
              A culpa é nossa, porque nos abstemos.
              A culpa não é das pessoas que construíram uma sociedade na qual se reelege um primeiro-ministro que, em termos éticos, está enterrado até à ponta dos cabelos.
              A culpa não é nossa das pessoas que só deixam de gostar desse mesmo primeiro-ministro quando ele adopta medidas económicas duras.
             A culpa não é das pessoas que se estão bem nas tintas para a ética.
              A culpa não é das pessoas que só se sentem revoltadas quando começam a mexer no seu dinheiro.
              Não, meus caros. A culpa é nossa! 
             NOSSA, QUE ANDAMOS A VIVER EM CASA DOS PAIS PORQUE NÃO HÁ EMPREGO PARA NÓS E NÃO TEMOS FORMA DE NOS TORNARMOS INDEPENDENTES.  

        NOSSA, QUE TEMOS DE IR ESTUDAR PARA O ESTRANGEIRO EM BUSCA DO SONHO DE ESTUDAR MEDICINA, PORQUE O NOSSO PAÍS, EMBORA COM FALTA DE MÉDICOS, MANTÉM POUQUÍSSIMAS VAGAS PARA QUEM MÉDICO QUISER SER.  

  NOSSA, PORQUE VIVEMOS ANOS E ANOS A OUVIR MIGUÉIS SOUSAS TAVARES A ESCREVER BARBARIDADES DESTAS SOBRE NÓS E NADA FAZEMOS.